quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Veja como foi a briga da lutadora Bethe Correia com o taxista.Por causa de 7 reais


Briga de lutadora com taxista começou por causa de R$ 7. Saiba os detalhes

Protagonista de um dos eventos mais importantes do UFC no ano, Bethe Correia foi envolvida em uma polêmica no último fim de semana: Edelson Silva, seu treinador e namorado, agrediu um taxista em uma briga no Rio de Janeiro. A rival de Ronda Rousey no UFC 190 viu tudo e chegou a chutar Cleonardo de Freitas, que fez um boletim de ocorrência por conta do envolvido.

A disputa ocorreu por volta das 18h do domingo retrasado, dia 22 de março. Bethe Correia e Edelson Silva estavam hospedados noHOTEL Qualicom Midas, na zona oeste do Rio de Janeiro, quando pediram um táxi por um aplicativo de celular.
Depois de entrarem no veículo, Bethe, Edelson e Silvana, irmã da lutadora, mudaram de ideia e decidiram cancelar a corrida. Até aí, o estafe da atleta e o taxista estão de acordo. As cenas que se seguiram, porém, mostram um grande conflito de versões. Baseado no depoimento de Cleonardo de Freitas e do porta-voz da rival de Ronda Rousey, o UOL Esporte detalha a história a seguir:
1- Bate-boca dentro do carro
Cleonardo explica que Bethe o questionou sobre o custo de uma corrida até um restaurante da região. O taxista, então, acionou o taxímetro. Quando entraram no veículo, os três teriam mudado de ideia para poderem comer no próprioHOTEL. A contagem apontou R$ 5 e Bethe ofereceu R$ 7 ao motorista. É aí que começa a discórdia.
O taxista diz que procurava o troco quando Edelson, no banco de trás, se revoltou. "Ele disse: 'Eu já morei no Rio, sei como é isso. Não existe isso de pagar para ficar parado, esse cara está roubando a gente'. Eu falei que estava trabalhando e não ia ser xingado no meu carro. Mandei ele descer", disse Cleonardo.
Gustavo Tourinho, porta-voz de Bethe, apresenta uma versão bem diferente, de acordo com a lutadora e o namorado. "Eles entenderam a chateação do taxista porque ele perderia a vez dele sem a corrida. Por isso deram a mais do que marcava no taxímetro. Ele não aceitou e começou a agredir verbalmente", disse ele.

2- Primeiro ato da briga
A partir da troca de ofensas dentro do carro, Cleonardo e Edelson desceram do carro. A cena antecede o momento que aparece no vídeo divulgado. Os dois estão do lado do passageiro e iniciam a confusão, mas as versões, mais uma vez, são conflitantes.
Segundo o taxista, o namorado de Bethe Correia partiu para cima e o agrediu pela primeira vez com um soco. "Eu fiquei irritado e falei: 'Isso não vai ficar assim'. Disse que ia chamar a polícia", disse Cleonardo.
O estafe de Bethe Correia sustenta que não houve essa agressão inicial. Segundo o porta-voz da lutadora, Edelson se recusou a dar mais dinheiro ao taxista, que teria ameaçado pegar uma arma no porta-luvas do veículo. E aí começam o vídeo divulgado e uma nova controvérsia.

3- Celular ou arma?
Cleonardo nega veementemente ter ameaçado buscar uma arma de fogo no carro. Sustenta que dirigiu-se à porta do motorista de seu veículo com o intuito de pegar o celular para chamar a polícia. A ideia, segundo ele, era não deixar barato a suposta agressão que teria sofrido momentos antes.
Para Bethe Correia, a ameaça com o revólver é a explicação para toda a confusão. "[O motorista] disse que ele ia pegar uma arma no porta-luvas. Quando ele disse isso, minha irmã avançou em sua direção, mas eu a puxei. Eu poderia ter usado todo meu conhecimento em artes marciais para pará-lo. Mas eu não queria brigar, eu estava calma", disse a lutadora ao site MMA Fighting, no fim de semana.
O vídeo mostra que o primeiro a chegar em Cleonardo foi Edelson, que o empurra e reinicia a discussão, desta vez diante dasCÂMERAS DE SEGURANÇA do hotel. Silvana, irmã de Bethe, entra no meio e empurra o taxista.
No meio da confusão, Edelson acerta um soco no rival, que se desvencilha de Silvana, tenta revidar e leva mais dois chutes, um deles de Bethe Correia, que está ao lado sem participar do empurra-empurra. Depois de agredir o taxista, a lutadora é afastada da confusão pela irmã. Ato contínuo, Cleonardo atira uma lixeira na direção do treinador de MMA, sem acertá-lo.
O objeto, no entanto, tira Edelson do sério. Quando o taxista se afasta e vai para trás de uma pilastra, os dois passam a brigar diretamente. Cleonardo desvia de dois socos e escapa de uma rasteira, mas o treinador acerta alguns golpes no taxista.
Neste momento, os dois desaparecem do campo de visão das câmeras para uma disputa atrás do táxi. O último relance da briga é o momento em que o motorista está sem camisa, leva um soco e vai ao chão. Segundo Cleonardo, ele estava ligando para a polícia no instante em que recebeu o golpe.

4- O lado do carro
Cleonardo e seu advogado, Bruno Saccani, fazem um questionamento a um ponto nevrálgico da briga, a suposta ameaça de uso de arma de fogo recebe um questionamento. Segundo Bethe e Edelson, o motorista diz que vai buscar o revólver em seu porta-luvas, o que teria provocado a reação do treinador e, posteriormente, a briga.
No vídeo, é possível ver que o taxista corre e chega a abrir a porta do motorista de seu veículo. Se a arma estava no porta-luvas, portanto do outro lado, por que ele teria corrido para o lado de quem dirige?
"Quando divulgaram o vídeo eles fizeram essa segunda versão para explicar o porquê da agressão. Por isso que eu peço para que a Bethe Correia se retrate. Isso é crime de calúnia", disse Saccani ao UOL Esporte.
"Ali, o Edelson só quer que ele fique longe do carro. Ele disse que ia pegar a arma no porta-luvas, mas o Edelson não queria arriscar a família dele deixando que ele chegasse perto do carro. Ele reagiu, como todo mundo faria numa situação daquela", disse Gustavo Tourinho, porta-voz de Bethe.

5- O que foi dito à polícia
A acusação de Saccani de que Edelson teria mudado a versão leva a uma outra controvérsia. O advogado do taxista sustenta que no depoimento que deram à polícia, no dia da confusão, Bethe, Silvana e Edelson não mencionaram a ameaça com a arma.
A viatura chegou ao local minutos após o auge da briga. Segundo Cleonardo, Silvana e Edelson se apresentaram e estavam sendo levados sozinhos à delegacia quando um recepcionista doHOTEL identificou uma terceira participante da briga: Bethe Correia, que foi obrigada a descer do carro em que estava e ir ao 42º DP, no Recreio.
"Quando o policial chegou eles primeiro disseram que a Bethe não chutou ninguém. Depois, os vídeos mostraram que sim. Aí disseram que tudo foi motivado pela ameaça com a arma, só que não disseram isso na hora e ele [Cleonardo] vai à porta do motorista, e não do passageiro", argumenta Saccani.
O estafe de Bethe Correia nega a construção feita pelo advogado. Segundo Gustavo Tourinho, o trio incluiu, sim, a ameaça de uso de arma de fogo no boletim de ocorrência original. Ele não soube informar, no entanto, se o policial que foi aoHOTEL inspecionou o carro de Cleonardo, como seria praxe. O taxista diz que, como não houve denúncia de ameaça, também não houve vistoria no táxi.

6- Repercussão do caso
Tanto Cleonardo quanto Bethe alegam terem sofrido com a confusão. O taxista diz que perdeu horas de trabalho encaminhando o processo ao lado do advogado e diz que teme represálias de pessoas do MMA. Até por isso, pede que sua imagem não seja divulgada.
Bethe Correia vai pela mesma linha. Em preparação intensa para a luta mais importante da carreira, contra a supercampeã Ronda Rousey, ela diz que voltar a se focar totalmente nos treinos, mas não tem conseguido. Um dos motivos são os ataques que têm recebido pela internet. A imprensa especializada em MMA, por exemplo, repercutiu bastante as ameaças de morte sofridas pela atleta.
O porta-voz de Bethe explica que os ataques chegam a ter conotação racista, já que Edelson é negro, e chegam principalmente por mensagens diretas de Facebook e Whatsapp. Segundo ele, o material foi recolhido e enviado à polícia do Rio de Janeiro, para que ela não corra riscos na capital fluminense. O estafe da lutadora acredita que há ligação entre os agressores virtuais e Cleonardo.
"Está nas mensagens que eles são amigos do cara. Dizendo que ela não sabe com quem mexeu, que vai ter troco. A gente tem tudo documentado", disse Gustavo Tourinho. Cleonardo nega veementemente. "Não sei de onde está saindo isso. Eu sou a favor de que o cara que ameaçou, mostrou arma e chamou de macaco seja preso", disse o taxista.

7- Motivação da denúncia
Feito o boletim de ocorrência, o caso foi encaminhado a um Jecrim e se desenrolará no âmbito judicial. Pai de um garoto de 4 anos, Cleonardo diz que está com as prestações da casa própria, comprada com financiamento da Caixa em 2010, atrasadas. Diz que quer Justiça e entende que lhe cabe uma indenização.
"Se vem uma indenização ia ser bom, claro. E eles iam pensar duas vezes antes de fazer isso de novo. Sou um cara do bem. Não guardo mágoa nenhuma dela, inclusive torço para que ela ganhe a luta [contra Ronda]", disse Cleonardo, alegando que teve lesões no rosto e perdeu horas de trabalho.
O estafe de Bethe, no entanto, entende que não é para tanto. "Eles estão criando uma tempestade em copo d'água. Foi uma briga que ele mesmo iniciou", disse o porta-voz da lutadora. 


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